terça-feira, 30 de outubro de 2007

Política - I

Certezas versus Convicções


As guerras e guerrilhas pululam e acontecem aqui e ali na roda do mundo; são as manifestações de uma guerra mundial. São as expressões de uma guerra mais profunda e obscura, de uma guerra cujo cerne não se expõe. São as expressões de um conflito secreto de ideologias, com foco unilateral.

Um dos lados não aceita integrar-se com o outro. Aquele afirma-se com soberba desmedida em tolerância para com este e, em caso de dúvida, ofende despudoradamente...

A política parece a acção do pensamento dos homens, o exercício sobre o território daquilo que os homens pensam; é a organização da polis. A acção do pensamento sobre o território, ordenar a terra em ordem ao espírito, por forma a satisfazer as necessidades humanas, resulta na polis – terra organizada, com pensamento… O político é aquele que detém o conhecimento necessário a garantir a ordem da polis.

A guerra do mundo parece a guerra obscura e unilateral do socialismo contra o liberalismo.

No frenesim diverso e complexo das interrelações humanas, parece existir um grupo de homens que acumula certezas a partir das quais fazem irradiar o seu governo sobre os restantes.

Outros homens, de índole diversa daquela, vivem e actuam firmes em convicções a partir das quais pretendem e confiam a irradiação da ordem que deve reger a afirmação e interacção de cada pessoa com e entre os demais e toda a sua circunstância.

As certezas, em geral derivadas de traumas, alucinações e temores, tendem a accionar o pensamento com expressão proteccionista, determinista e socialista.

As convicções, geradas por confiança religiosa, por intuição artística, por experimentação científica, e sobretudo por exercício filosófico, motivam o pensamento de expressão decidida, mas receptiva e liberal.

A guerra (que parece fatal) em que o mundo eternamente se enrola e desenrola, é a ofensiva obscura, permanente, desmedida e brutal das certezas contra as convicções.

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